sexta-feira, 7 de maio de 2010

"Mitologia" ou maionese?

Dando uma "zapeada" rápida por alguns grupos pela internet afora, tenho percebido a olhos sem ter uma estatística que o número de postagens a respeito de neófitos procurando saber características, falanges, "vibrações", falas, usos, comidas, bebidas de entidades parece (parece) que está havendo uma diminuição deste tipo de procura.

Fiquei a pensar enquanto recolhia roupa do varal para ajudar dona Maria senhora minha esposa, o que leva um neófito a ir em busca destes subsídios.Seria falta de "mitos" de referência dentro da Umbanda atualmente? Ou será que nunca houve de fato Arquétipos bem definidos?Ou então a manifestação está "falha"? Falta orientação nas casas? Ou ainda, o neófito não contente com os ditos da entidade, quer "florear" o contexto? 

Olhando em algumas postagens, fóruns e blogs, sempre sobra na tarraqueta do tadinho do Exu.Poucas são as postagens a respeito de opiniões sobre "como é o Pai Alfredo Malaquias", ou "Preta velha Tia Benta".

A umbanda, pelo que parece, tem hoje uma "mitologia" própria, um panteão de "divindades" , de "entidades" Brasileiras, que mesmo que alguns afirmem que sejam espíritos quem tenham vivido em outros países , Dinamarca, Irlanda e Suécia  (engraçado....do Alaska até agora não vi....) o padrão segue um molde Brasileiro, em mecanização ritual.A menos que tenha entidade dançando Tirolesa e comendo  Pizza.Enfim....

Esta Mitologia, acredito eu, está caminhando a consolidação, e mesmo o Trickster Exu pelo que vejo nas leituras (seria uma reaproximação com o Candomblé?Ou uma linguagem própria?) está sendo "apenas" Exu, o compadre, o "malandro", sem a necessidade de variações, sendo mais mantido algumas "especializações" pelo nome:Tranca Ruas, Dos cemitérios, da calunga, das campinas ( Não é de campinas..kkkk).

Mas mesmo tendo uma mitologia própria se consolidando dia a dia, macumba a macumba, insistem em encher a linguiça, como se isto fosse dar dotes de intercâmbio maiores ao praticante.Pode dar sim mais "poder" perante aos incautos, aos desavisados, que pelo deslumbre ou pelos efeitos anímicos podem endeusar o conjunto, médium e entidade, as vezes viculando mais a figura do médium como divindade do que a própria.

Neste caso, realmente deixa de ser "mitologia" de Umbanda e passa a ser "maionese".Onde começa um e termina o outro?

Como diz um amigo, "passarinho que come pedra, sabe por onde sai.."
Ou se preferirem, "Orai e Vigiai" (não o rabo alheio, e sim o próprio..)

De brinde vai os links:
http://www.dhi.uem.br/gtreligiao/pdf/st8/Barros,%20Sulivan%20Charles.pdf

http://www.fazendogenero8.ufsc.br/sts/ST30/Charles_%20Barros_Sulivan_30.pdf

Que Olorum nos guie!    

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